terça-feira, 31 de agosto de 2010

Santo Antônio me proteja.

Ok. Me convenceram. O Pablo é "inacabável". E o cara que me deixou sem argumentos tem fama de chato. E eu ando feminista-queimadora-de-sutiã (mas ainda me depilo). Eis os 5 motivos por que ele, pra sua metade, e o Pablo pra mim, são "inacabáveis":

1. Hetero. Num tempo cada vez mais instável, homens que ficam só e exclusivamente com meninas representam por volta de 73,6% da população mundial.
2. Viril. Nesse quesito eu acho que o Bostom Medical Group sempre pode ajudar. Mas enfim, homens hetero e potentes já caem pra 52,9% da população.
3. Limpinho. Aqui eu comecei a querer discordar, mas os exemplos dele falaram mais alto: sujeitos que passam até 2 dias sem tomar banho ou que precisam da ajuda da namorada pra passar fio-dental... ECA! E esse último, além de porco, é meio mental... Bem aí a proporção baixou pra 39,4%.
4. Fiel. O número despenca drasticamente para meros 14,7%. E devo seguir acreditando que ambos o são.
5. Não muito bobo. Sendo normal a bobice masculina,  um exemplar "não muito bobo" é raríssimo, não passa de 8,3%.

Contando que a parcela da população minimamente digna de ser namorado é pequena, um deles é meu e outro está comprometido, o que sobra é 8,01%, ou seja, o negócio é tratar muito bem o Pablo.

obs.: Percebam que beleza não consta na lista....E com isso proliferam os casais-cerveja: ele pançudo e mal-vestido, ela linda, loura e esvoaçante.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

trilha sonora pra vida

Virou modinha listar cosias pra fazer antes de morrer. Tem livro lugares pra ir, filmes pra ver, pratos pra experimentar etc etc etc. Achei essa listinha aí de discos. É enorme e ainda assim deixa umas coisas da minha lista de fora. Tou postando por que acho que tem muita coisa boa mesmo pra ouvir de novo e ainda um tantão pra conhecer. E ainda vem os links pra baixar ;)

1001 discos para ouvir antes morrer

Inquestionáveis, surpreendentes, familiares, nacionais, inusitados, completamente desnecessários. Títulos que pra dizer pouco agradam os mais variados gostos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sinestesia

Acho que seria “reprovada” nesses exames que identificam que parte do cérebro é responsável por determinada atividade. Ou meus sentidos são muito metidos ou ficam brincando de telefone sem fio vez por outra. Muita gente deve fazer associações tipo cinema-pipoca ou Sundown–praia, já eu me surpreendo com minhas próprias reações encadeadas: vento frio me dá sono, a palavra Messejana (um bairro de Fortaleza) sempre me fez pensar em feijão, meu primeiro beijo tem o cheiro do mar quando tem muitas algas.

Os poetas dizem que é figura de linguagem, os neurologistas dizem que é um distúrbio e as pessoas me dizem que é engraçado. E eu acho bom. Mil vezes engraçada a sem graça.

PS: Feliz aniversário, irmão.

sábado, 14 de agosto de 2010

memória monstro

[tentei de tudo pra disponibilizar Creep, do Radiohead (choral version) como trilha sonora pra esse post. não consegui. use suas memórias musicais, as boas, pra ouvir a música enquanto lê]

Uma memória escapou de sua gaiola no sótão, encurralou meu bom-humor numa tarde cinza, derrubou e quebrou o vidro da minha destreza, enxotou o meu tesão pela janela. Correu atrás do meu sono, não conseguindo pegá-lo, perseguiu a vontade de acordar. Esgotou minhas vontades, escondeu os meus sorrisos, encaixotou minhas certezas, cobriu os caminhos do meu porto seguro.

Uma memória bagunçou meu dia, deixou a impaciência ir brincar no jardim, me embaraçou os cabelos da vaidade, folheou meu dicionário de palavrões, parou a terra e pôs o sol pra andar ao seu redor por horas sem fim. Essa memória tirou o telefone do gancho, desligou a música, cortou a luz. Ela fez o sofá desconfortável, as balas amargas, os lenços de papel ásperos. Ela, que olhou bem nos meus olhos, perguntou “tá sentindo agora?”.

Uma memória, e eu nem sabia que podia sentir tanto, perfurou minha blindagem. Os médicos disseram que passou perto do fígado e se alojou por ali mesmo, mas não representa perigo. Me aconselharam a ser mais cuidadosa e fechar a porta a cadeado depois do susto. Também percebi que me aconselharam discretamente a tirar do armário a arma enferrujada e encará-las de vez.

sábado, 7 de agosto de 2010

ode a limpeza

Nesse sábado de sol
Ia bem praia ou piscina
Outro dia com certeza
Hoje é o dia da faxina

Acorda bem cedinho
Junta a roupa espalhada
Pega a louça sob da cama
Oh! Que casa bagunçada

Depois de tirar o pó
Limpa a pia e o chão
Ainda falta o banheiro
E a roupa do colchão

Mas que coisa infernal
Essa casa pra arrumar
Depois de tudo feito
Mamãe ia elogiar

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mesmo que perca o voo, logo logo o céu alvo da manhãzinha volta a ter cheiro de água e no fim, o dia enrubesce por roubar algumas horas da noite. Se atalhar caminho, mais cedo a fuligem se dissipa no branco das nuvens e a chuva faz das praças jardins, dos gramados tapetes, das árvores paletas de cor. No mais tardar em setembro, o chão revolto inaugura flores, vagens pipocam embriões de plantas. Nem precisa preparar jardins, nem precisa contar os dias, hora ou outra esse dourado verdeja.