quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

parte 3 de 10

Parte 3 de 10

Leo disse (19:25): e o pé?
Maria Eduarda disse (19:25): tá bem, tá de boa. Nem tá doendo mais. Resolvi nem colocar outro gesso...
Leo disse (19: 33): que bom.
Maria Eduarda disse (19:33): Leonor, vc tá ocupada?
Leo disse (19:33): muito não, pq? É que aquele mala do amigo do Luiz (da festa no barco) tá me alugando.
Maria Eduarda disse (19:34): o que é?
Leo disse (19:34): aham...
Maria Eduarda disse (19:34): ????
Leo disse (19:35): puta que pariu minha futura sogra! Troquei as janelas... olha o que foi pra ele: Leo disse (19:34): falando aqui que é hacker e que entra em tudo que é site, que rouba perfil dos outros e tal... acha que impressiona. #Idiota!
Maria Eduarda disse (19:36): KKKKKKKKKKKKKKK
Leo disse (19:36): ri não, cara. É sério...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ontem, na última noite de uma dos meus lugares "metido a besta" favoritos em Goiânia, me lembrei de três grandes coisas pontuais que essa cidade ficou me devendo em relação a Fortaleza: show do Craberries, Show da Alanis e espetáculo do Cirque du Soleil. Alguém pode falar "mas essas três coisas aconteceram em Brasília, bem aí do lado..." Sim, aqui do lado, não aqui. Seriam duas horas de carro, uma noite em hotel ou no sofá de algum amigo e muitas voltas pra achar o caminho certo - por que eu sempre me perco em Brasília. É de lei. E as três aconteceram em Fortaleza. Se eu tivesse lá podia ter ido de boa e até comido um sanduíche depois comentando na mesa sobre o que havíamos visto. OK, a estar aqui me rendeu o título de mestre, mas me desfalcou em tantas outras coisas. Goiânia até que tenta ser cosmopolita, trazer grandes nomes artísticos, oferecer bares e boates com estilos variados, mas é como diria cap. Nascimento: "nunca será!"

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Parte 2 de 10

Enquanto Leonor dançava com um cara que conheceu no caminho de jangada até o barco da festa, Duda pedia mais um coquetel de morango sem álcool. Além de não poder dançar por causa do pé quebrado, o anti-inflamatório também a impedia de beber. Em todo caso era melhor manter-se sóbria, por que Leonor já passava da quinta caipirinha e estava se empolgando cada vez mais com seu par.
Duda tentou atravessar o barco, o movimento das ondas somado ao peso gesso tornou a tarefa quase impossível. No meio do caminho, ela acabou tropeçando em um casal e caiu sentada no colo do garçom que esperava a nova rodada de caipirinha sair. Era só o primeiro mico da festa. Ajudada por ele chegou à proa do navio, mas o balanço da água a deixou enjoada e ali mesmo vomitou toda a batida de morango. Desejou desaparecer, mas precisou esperar mais de 2 horas até que o barco voltasse ao local de desembarque. Foi o mesmo tempo necessário para convencer a amiga a irem embora.
Leonor, mesmo contrariada, concordou em deixar a festa e ofereceu carona para Luiz, o que acabara de conhecer, e seu amigo João Luiz (ou José Luiz, não tinha certeza). Pegaram a jangada de volta a praia Leonor, Duda, Luiz e João ou José Luís. Duda comentou orgulhosa o feito de ter mantido o gesso intacto num evento rodeado de água por todos os lados. Mas foi só a jangada bater na areia que ela perdeu o equilíbrio e caiu no mar. Celular, gesso, o cabelo escovado e o resto de sua dignidade se perderam na água.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

parte 1 de 10

Arrumando as muletas ao lado do banco de madeira, Duda gritou mal humorada:
- Passa o brown. Já disse: um brown. Brownie!
A mãe dos gêmeos olhou torto e os dois adolescentes que voltavam de um jogo de futebol riram sem disfarçar. Leonor, que gesticulava do balcão, entendeu a piada interna e então falou pro atendente entre sorrisos:
- Uma bola de brownie pra ela, moço.
Sentou-se ao lado da amiga e enquanto tomava seu eterno sorvete de torta de limão:
- Já decidiu o vestido?
- Nada combina com essa bota de gesso. Eu não vou.
- Lá vem você... tem mais duas semanas, é claro que vai dar tempo de tirar o gesso.
- É, mas de muletas eu também não quero ir. Vou ficar tendo que explicar pra todo mundo que foi jogando vôlei com as meninas de 15 anos do prédio e dizer que eu sei que não tenho mais pique pra jogar com gente dessa idade...
- Tou achando que você tá procurando desculpa pra não ir, hein?
- Nem preciso. Você sabe que eu acho esse casamento uma palhaçada. Há quanto tempo eles se conhecem? Como é que o Caio pode achar que vai dar certo? Essa menina não tem nada a ver com ele. Você já viu o cabelo dela assanhado? Não! É por que ela não é de verdade! Já pensou nisso? Nem sei por que ele me chamou pra ser madrinha.
- Mas não foi você que apresentou os dois? Não foi você que indicou ela como nutricionista?
- Era pra ele perder peso, não o juízo!
- Agora que ele tá fininho, desencanou de você, cê tá aí se importando com quem ele vai casar, é? Deixa ele, foi você mesma que dispensou o cara. Nunca quis nada com ele.
- Ele é meu amigo e eu me importo se ele tá fazendo a coisa certa. Mas quer saber, ele é bem grandinho, né? E outra, casamento é ótimo pra paquerar. E vai rolar champanhe. Adora ficar alegrinha de champanhe.
- Hehehe. Então tá. Vamo ver o vestido depois daqui?
- Vamo. Mas o vestido de hoje, por que essa festa no barco eu não perco por nada.

(continua)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

30 é o novo 20.

Escutei essa frase num videozim desses que o povo divulga em blogs, orkuts, facebooks etcs. Achei ótima, virou minha máxima. A maior parte dos meus amigos entrando na casa dos 30 continua morando com os pais, ainda não tem filhos, não conseguiu comprar casa ou carro, alguns não tem um bom emprego e um tanto ainda nem sabe direito o que quer da vida - os que não se encaixam em nenhuma categora possivelmente formam minha lista de frustrados ou simplesmente desinteressantes.

Nossos pais tiveram filhos jovens (há 30 anos camisinha era coida de viado, pílula, de puta), não tiveram chance de ter crise profissional, pois tinham que pagar a prestação da casa, do carro que hoje nos emprestam no fim de semana, da internet sem fio, da TV a cabo...Eu queria ser otimista e acreditar que estou nos novos 20, mas ultimamente tenho desejado bastante um pouco dessa "vida medíocre" ou apenas mediana: reclamar de tantas contas, mas ter dinheiro pra pagá-las, dizer que o cartão veio alto por umas tardes de irresponsáveis compras no shopping, gastar horrores com material escolar pros filhos.

Talvez quando eu finalmente consegui ter dinheiro o suficiente pra dar ao meus descentes uma vida digna feito minha mãe me deu, seja tarde para tê-los. Enquanto isso vou pensando que acabei de sair dos 18, preparando uma viagem de mochilão pela América Latina, jogando Imagem e Ação aos domingos, bebendo uma ou duas cervejas em plena segunda. Oh dilemas da mulher moderna!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

3 cigarros, 2 cafés, 1 amigo.

Um cigarro, um expresso e um amigo. Um amigo que simplesmente me deixe falar sem contar seus exemplos, por que o que eu preciso de antemão é ser ouvida. Um que se interesse pelo que eu digo antes de julgar qualquer coisa, pergunte e silencie. Um amigo que ao menos finja entender como me sinto, que se ponha a minha disposição pra o que eu precisar, mesmo que ele e eu não saibamos o que seja. Um alguém que faça uma piada leve com a situação, comente uma matéria da revista que gostamos e acenda outro cigarro. Uma pessoa pra quem eu não precise justificar cada escolha, que sinta falta sem precisar de mim, que não me cobre nem se ofereça demais. Um amigo que saiba que não é único e que também tenha outros amigos que não eu. Um que também me conte das suas angústias sem ser vítima, sem fazer menos do que fala, sem esperar ganhar na sena que nem apostou. Amigo que, como eu, ache que, às vezes, ouvir o que precisa é mais importante do que o que gostaria, e por isso se preocupe em pinçar cada palavra, para não machucar, mas ser verdadeiro. Então peça um café aromatizado de chocolate, fale só amenidades rindo até o fim da segunda xícara. E depois pague a conta, por que dessa vez eu tou sem grana e compenso na próxima. Me acenda o último cigarro, me abrace e tenha a certeza de que salvou meu dia.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

abaixo o perfume

Quero feder. É isso mesmo: quero feder. Qualquer hora dessas saio sem desodorante pra deixar o cheiro de suor falar que dei duro aquele dia. Vou abolir o TênisPé (Baruel) por que meus pés merecem o chulé que fabricam por me carregar o tempo todo, vou tirar do banheiro o sabonete íntimo que disfarça “possíveis odores”.

Ora, esses possíveis odores são do meu corpo trabalhando, sou eu em partículas, funcionando e bem. Mania de assepsia, mania de ser fake. Como diria OMO, se sujar faz bem e ninguém pode crescer saudável com cabelo sempre arrumado, sovacos eternamente sequinhos, rosto sem uma mancha ou cicatriz, pelos milimetricamente controlados. Isso é negar sua realidade, é fingir que não tem sangue, saliva e outros líquidos dentro de si. E esse cuidado de esconder a própria natureza não é muitas vezes pra conquistar alguém, beijar esse alguém, se esfregar nesse alguém e trocar fluídos com esse alguém? Pois então.

Eu quero é cheirar a sexo, cheiro de quem é desejada de verdade e não tem pudores do próprio corpo. Como diria Nelson Rodrigues: sexo bom é sexo sujo. E não me venha como moralismos, por que ele também disse que se todas as pessoas soubessem da vida sexual uma das outras ninguém se olhava nos olhos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

S.A.

Oi, meu nome é Jordana e faz dois dias que não choro.
Na última reunião do S.A. – sensíveis anônimos – decidi que não ia postar nada das coisas meio tristes que andava pensando. Fiquei um pouco em silêncio, então. Aí fui pensar em algo bom, por que afinal os S.A.s as vezes se abatem pelo simples fato de estar vivo, mas também tem pequenas epifanias do cotidiano. Lembrei de algumas pessoas e de como elas em algum momento e por algum motivo que desconheço decidiram se tornar meus amigos.
Digo decidiram, mas poderia dizer persistiram em se aproximar de mim. Nem sempre fui tão acessível, há poucos anos, reconheço, tinha uma cara que afugentava qualquer um. Mesmo assim, uma passou um tempo trocando de lugar todo dia na classe me seguindo, já que eu sempre escolhia uma cadeira diferente. Outra era colega de infância e a gente se reencontrou já crescidas e ela bateu o pé que me não ia mais ficar tanto tempo longe. O povo investiu em mim e eu agradeço.
Hoje noto que ainda acontece essa vontade de se chegar, e é tão mais fácil. Ficou tão fácil que tem vezes eu queria ficar só comigo, mas alguém puxa conversa no ônibus, na banca, no parque... Acho que é por que hoje, percebendo como é bom fazer amigos, eu consigo sorrir cada vez mais. Tenho certeza de que sou, pelo menos, uma companhia divertida, já que “sou mongol, eu”. Então, se quiser, chega aí. Vou te render no mínimo alguns momentos bobagentos e eu só por hoje continuo sem chorar.

sábado, 2 de outubro de 2010

sobre as minhas esperanças e a política

Quando leio sobre as histórias do mundo eu queria ter vivenciado, por exemplo, a beatlemania. Eu queria ter sido jovem quando a agitação social estava rolando com força nos anos 70 ou 80. Eu fico imaginando como foi participar do movimento feminista, da luta dos negros, da liberação sexual, dos festivais de rock, das comunidades hippies, etc, etc, etc. O pessoal que tava lá naquele momento tem muito do que se orgulhar, foi essa turma que chacoalhou geral, que mexeu com a forma de fazer política e economia, com o conceito de família, com vários pensamentos científicos. Foram essas mudanças que permitiram que nos anos 2000 fosse tranquilo ter um P.A., morar com amigos mesmo mantendo um quarto na casa da happy family, formar uma banda com os colegas mais esquisitos da escola, assumir-se gay, punk, grunje, playsson, emo, restart... ok, nem tudo são flores.


Aí, parei pra pensar no momento que eu tou vivendo e – nossa! – é um momento muito importante também. Quando eu ainda tava na escola sempre diziam que nós, as crianças, éramos o futuro do Brasil. Sem saber bem por que, eu chorei a morte do primeiro presidente civil depois da ditadura, marchei com os cara-pintada contra o Collor – era pra matar aula, mas eu tava lá. Meu primeiro voto elegeu um trabalhador presidente e agora vai ser pra uma candidata, possivelmente a primeira mulher a governar o país. A minha geração desfruta de todas as conquistas de quem encarou os desafios do século XX. A gente não tem mais aquela ideologia revolucionária e nem a disposição do engajamento (nossas lutas são muito mais pessoais). Mas de alguma forma estamos presenciando uma renovação política, vemos uma mudança social dar seus primeiros passos. Mais pra frente, eu, pelo menos, vou poder contar pros meus filhos e netos que vi o futuro que nos prometiam começar a chegar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

! amor é quando você gosta de outra pessoa quase tanto quanto de si mesmo.
+ paixão é o coração caindo no samba.
@ família é como um espelho meio envelhecido.
# viajar é saber de si por não ser o outro.
$ preconceito é o medo de uma possível vontade.
% amigo é uma moeda que vale em qualquer lugar do mundo.
¨  alegria é quando a razão sai e deixa a emoção sozinha em casa fazendo a festa.
& beijo é a melhor distância entre duas pessoas.
* ansiedade é o pensamento na janela olhando pro futuro.
- dúvida é um par de gêmeos idênticos te chamando pra dançar.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Santo Antônio me proteja.

Ok. Me convenceram. O Pablo é "inacabável". E o cara que me deixou sem argumentos tem fama de chato. E eu ando feminista-queimadora-de-sutiã (mas ainda me depilo). Eis os 5 motivos por que ele, pra sua metade, e o Pablo pra mim, são "inacabáveis":

1. Hetero. Num tempo cada vez mais instável, homens que ficam só e exclusivamente com meninas representam por volta de 73,6% da população mundial.
2. Viril. Nesse quesito eu acho que o Bostom Medical Group sempre pode ajudar. Mas enfim, homens hetero e potentes já caem pra 52,9% da população.
3. Limpinho. Aqui eu comecei a querer discordar, mas os exemplos dele falaram mais alto: sujeitos que passam até 2 dias sem tomar banho ou que precisam da ajuda da namorada pra passar fio-dental... ECA! E esse último, além de porco, é meio mental... Bem aí a proporção baixou pra 39,4%.
4. Fiel. O número despenca drasticamente para meros 14,7%. E devo seguir acreditando que ambos o são.
5. Não muito bobo. Sendo normal a bobice masculina,  um exemplar "não muito bobo" é raríssimo, não passa de 8,3%.

Contando que a parcela da população minimamente digna de ser namorado é pequena, um deles é meu e outro está comprometido, o que sobra é 8,01%, ou seja, o negócio é tratar muito bem o Pablo.

obs.: Percebam que beleza não consta na lista....E com isso proliferam os casais-cerveja: ele pançudo e mal-vestido, ela linda, loura e esvoaçante.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

trilha sonora pra vida

Virou modinha listar cosias pra fazer antes de morrer. Tem livro lugares pra ir, filmes pra ver, pratos pra experimentar etc etc etc. Achei essa listinha aí de discos. É enorme e ainda assim deixa umas coisas da minha lista de fora. Tou postando por que acho que tem muita coisa boa mesmo pra ouvir de novo e ainda um tantão pra conhecer. E ainda vem os links pra baixar ;)

1001 discos para ouvir antes morrer

Inquestionáveis, surpreendentes, familiares, nacionais, inusitados, completamente desnecessários. Títulos que pra dizer pouco agradam os mais variados gostos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sinestesia

Acho que seria “reprovada” nesses exames que identificam que parte do cérebro é responsável por determinada atividade. Ou meus sentidos são muito metidos ou ficam brincando de telefone sem fio vez por outra. Muita gente deve fazer associações tipo cinema-pipoca ou Sundown–praia, já eu me surpreendo com minhas próprias reações encadeadas: vento frio me dá sono, a palavra Messejana (um bairro de Fortaleza) sempre me fez pensar em feijão, meu primeiro beijo tem o cheiro do mar quando tem muitas algas.

Os poetas dizem que é figura de linguagem, os neurologistas dizem que é um distúrbio e as pessoas me dizem que é engraçado. E eu acho bom. Mil vezes engraçada a sem graça.

PS: Feliz aniversário, irmão.

sábado, 14 de agosto de 2010

memória monstro

[tentei de tudo pra disponibilizar Creep, do Radiohead (choral version) como trilha sonora pra esse post. não consegui. use suas memórias musicais, as boas, pra ouvir a música enquanto lê]

Uma memória escapou de sua gaiola no sótão, encurralou meu bom-humor numa tarde cinza, derrubou e quebrou o vidro da minha destreza, enxotou o meu tesão pela janela. Correu atrás do meu sono, não conseguindo pegá-lo, perseguiu a vontade de acordar. Esgotou minhas vontades, escondeu os meus sorrisos, encaixotou minhas certezas, cobriu os caminhos do meu porto seguro.

Uma memória bagunçou meu dia, deixou a impaciência ir brincar no jardim, me embaraçou os cabelos da vaidade, folheou meu dicionário de palavrões, parou a terra e pôs o sol pra andar ao seu redor por horas sem fim. Essa memória tirou o telefone do gancho, desligou a música, cortou a luz. Ela fez o sofá desconfortável, as balas amargas, os lenços de papel ásperos. Ela, que olhou bem nos meus olhos, perguntou “tá sentindo agora?”.

Uma memória, e eu nem sabia que podia sentir tanto, perfurou minha blindagem. Os médicos disseram que passou perto do fígado e se alojou por ali mesmo, mas não representa perigo. Me aconselharam a ser mais cuidadosa e fechar a porta a cadeado depois do susto. Também percebi que me aconselharam discretamente a tirar do armário a arma enferrujada e encará-las de vez.

sábado, 7 de agosto de 2010

ode a limpeza

Nesse sábado de sol
Ia bem praia ou piscina
Outro dia com certeza
Hoje é o dia da faxina

Acorda bem cedinho
Junta a roupa espalhada
Pega a louça sob da cama
Oh! Que casa bagunçada

Depois de tirar o pó
Limpa a pia e o chão
Ainda falta o banheiro
E a roupa do colchão

Mas que coisa infernal
Essa casa pra arrumar
Depois de tudo feito
Mamãe ia elogiar

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mesmo que perca o voo, logo logo o céu alvo da manhãzinha volta a ter cheiro de água e no fim, o dia enrubesce por roubar algumas horas da noite. Se atalhar caminho, mais cedo a fuligem se dissipa no branco das nuvens e a chuva faz das praças jardins, dos gramados tapetes, das árvores paletas de cor. No mais tardar em setembro, o chão revolto inaugura flores, vagens pipocam embriões de plantas. Nem precisa preparar jardins, nem precisa contar os dias, hora ou outra esse dourado verdeja.

domingo, 25 de julho de 2010

Um dia no futuro

Hoje Pablo levou Otto ao shopping. Amanhã é o dia das crianças e essa era a vez dele de negociar o presente. Achei ótimo que fossem só os dois, por que assim podia tomar o banho demorado do ano. Levaram R$100 pra gastar, cinquenta meu e cinquenta do pai. A previsão era que esse dinheiro pagasse o dia todo: lanche, estacionamento, cinema e as compras. Tentamos explicar isso a ele separando as notas em pequenas quantias aproximadas do valor de cada gasto previsto. Achamos que assim ele ia entender que se não fosse ao cinema ou dispensasse a torta de morango, que é difícil passar sem, teria mais dinheiro pra escolher outras coisas.
No shopping, foram direto pra loja de brinquedos. Otto já tinha idéias sobre o que comprar, pois tinhámos esmiuçado um encarte da loja e marcado algumas opções: um DVD mais um boneco e ainda um relógio tudo do mesmo filme que ele ia ver em casa e não mais no cinema, ou um jogo de pintar mais um quebra-cabeças e escolhia entre torta ou filme, ou ainda uma prancha pra aprender a surfar com os tios com direito a torta e cinema. Ele meio que entendeu as negociações, mas misturou tudo. Primeiro quis o DVD, o jogo de pintar, cinema e comida. Depois trocou, escolheu o boneco e a prancha, mas assim faltava dinheiro pro resto. Por último, depois de mil ligações que atendi com shampoo no cabelo, ficou com a prancha, comeu e ainda trouxe um pedaço de bolo pra mim, mas sob a condição de alugar um DVD pra hoje a noite e levá-lo a praia amanhã mesmo. Saldo do dia: no próximo natal, papai noel continua fazendo compras sozinho.

terça-feira, 20 de julho de 2010

a fuga

- Alô?

- Jordana?

- Oi, Inseto. Fala!

- Tá muito ocupada? Tá correndo?

- Tou, tou fugindo. Quer falar da monografia, é?

- É, mas... Fugindo? Como assim? Fugindo de que? Do mestrado?

- Fugindo do hospício.

- Que hospício, doida? Tu não tá aí estudando?

- Não, não. A verdade é que tou internada aqui. Mamãe não aguentava mais as crises, me mandou pra cá e inventou essa história de mestrado pra ninguém ficar preocupado demais.

- E o Pablo, tu não tá morando com o Pablo? E ele também não tá no mestrado? Que história é essa?

- Pablo? Na verdade é austríaco, se chama Edmund e é psiquiatra. Marca colado em mim. E aliás, vem bem ali atrás...

- Pera aí! Fala sério! Que história é essa?

- Ó, manda a monografia por email, assim que der eu olho e te mando de volta. Vou ter que desligar agora. Tem um murão aqui na frente, vou ver se consigo pular. Falou!

sábado, 17 de julho de 2010

Trívia

Eu sempre achei que música e filme dizem muito mais sobre uma pessoa do que qualquer formulário de crediário de loja. Fazendo o perfil aqui pra enésima tentativa de retomar um blog, vi que tem um campo músicas, filmes, livros etc. Mas não preenchi, não. Exatamente por que ontem - oh coincidência - tava conversando com o Pablo (meu namorido) sobre as preferências dele e minhas nesses quesitos. Foi duro, difícil mesmo, mas consegui eleger 3 películas, 3 canções e 3 lugares que podem me apresentar. Segue:

1. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Gondry e Kaulfman, 2003)
2. Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Jeunet, 2001)
3. O homem que copiava (Furtado, 2004)

1. Na massa - Arnaldo Antunes e/ou Davi Moraes
2. Essa moça tá diferente - Chico Buarque e/ou Roberta Sá
3. Big mouth strikes again - The Smiths e/ou Placebo

1. Corcovado - Rio
2. Ponte Metálica - Fortaleza
3. Mercado municipal - São Paulo

O que apresenta você? Comenta aí.

um arquivo na pasta 'diversos'

Mis piés siguem caminando
Ya no sé donde me quieren llevar
Solo trajo conmigo uma botella
Llena con el água de mi mar
Su olor me pone tranquila
Hay cosas que no se Le pueden me sacar
Quando la luna clara se acosta
Volve el dia a nos domeñar
los sueños, las fugas, los anillos
a todos los guardo juntos em mi caja de joyas
esperando La hora de los usar