terça-feira, 12 de outubro de 2010

abaixo o perfume

Quero feder. É isso mesmo: quero feder. Qualquer hora dessas saio sem desodorante pra deixar o cheiro de suor falar que dei duro aquele dia. Vou abolir o TênisPé (Baruel) por que meus pés merecem o chulé que fabricam por me carregar o tempo todo, vou tirar do banheiro o sabonete íntimo que disfarça “possíveis odores”.

Ora, esses possíveis odores são do meu corpo trabalhando, sou eu em partículas, funcionando e bem. Mania de assepsia, mania de ser fake. Como diria OMO, se sujar faz bem e ninguém pode crescer saudável com cabelo sempre arrumado, sovacos eternamente sequinhos, rosto sem uma mancha ou cicatriz, pelos milimetricamente controlados. Isso é negar sua realidade, é fingir que não tem sangue, saliva e outros líquidos dentro de si. E esse cuidado de esconder a própria natureza não é muitas vezes pra conquistar alguém, beijar esse alguém, se esfregar nesse alguém e trocar fluídos com esse alguém? Pois então.

Eu quero é cheirar a sexo, cheiro de quem é desejada de verdade e não tem pudores do próprio corpo. Como diria Nelson Rodrigues: sexo bom é sexo sujo. E não me venha como moralismos, por que ele também disse que se todas as pessoas soubessem da vida sexual uma das outras ninguém se olhava nos olhos.

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