sexta-feira, 29 de outubro de 2010

3 cigarros, 2 cafés, 1 amigo.

Um cigarro, um expresso e um amigo. Um amigo que simplesmente me deixe falar sem contar seus exemplos, por que o que eu preciso de antemão é ser ouvida. Um que se interesse pelo que eu digo antes de julgar qualquer coisa, pergunte e silencie. Um amigo que ao menos finja entender como me sinto, que se ponha a minha disposição pra o que eu precisar, mesmo que ele e eu não saibamos o que seja. Um alguém que faça uma piada leve com a situação, comente uma matéria da revista que gostamos e acenda outro cigarro. Uma pessoa pra quem eu não precise justificar cada escolha, que sinta falta sem precisar de mim, que não me cobre nem se ofereça demais. Um amigo que saiba que não é único e que também tenha outros amigos que não eu. Um que também me conte das suas angústias sem ser vítima, sem fazer menos do que fala, sem esperar ganhar na sena que nem apostou. Amigo que, como eu, ache que, às vezes, ouvir o que precisa é mais importante do que o que gostaria, e por isso se preocupe em pinçar cada palavra, para não machucar, mas ser verdadeiro. Então peça um café aromatizado de chocolate, fale só amenidades rindo até o fim da segunda xícara. E depois pague a conta, por que dessa vez eu tou sem grana e compenso na próxima. Me acenda o último cigarro, me abrace e tenha a certeza de que salvou meu dia.

Um comentário:

  1. Sabe as tardes modorrentas de domingo quando todo mundo deita depois da tradicional lambança do farto almoço? Pois é, havia um antídoto, né? Saudade das velhas tardes de domingo.

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